Fabiano Carnevale, um político nato

Da infância atenta às campanhas eleitorais aos primeiros anos de trabalho no Partido Verde, o candidato a vereador do Rio já mostrava sua vocação para gestão e liderança.

Tudo começou com um interesse de criança despretensioso. Com apenas sete anos, Fabiano Carnevale percebeu sua inclinação para a política ao acompanhar de perto as notícias sobre as Diretas Já, movimento popular que visava à retomada das eleições diretas para a presidência da república durante a ditadura militar no Brasil. Vibrou quando o Colégio Eleitoral elegeu Tancredo Neves para ocupar o posto e chorou com sua inesperada morte. Foi na adolescência, no entanto, que o atual candidato a vereador do Rio pelo Partido Verde começou a dar sinais de que se tornaria um político resoluto e atuante. No segundo turno do pleito de 1989, o primeiro em que os brasileiros escolheriam o novo presidente de forma direta após quase três décadas, o jovem enviava cartas a sua família pedindo votos para seu candidato. Pouco tempo depois, por influência de uma amiga de sua mãe, começou a ler textos de autores de esquerda. “Meus pais nunca deram muita importância para política, esse meu entusiasmo pelo tema foi espontâneo. A formação que obtive através do contato com os livros de Alfredo Sirkis e Fernando Gabeira mexeu muito com a minha cabeça, tanto que votei neste último para Deputado Federal em 1994, logo após tirar meu título de eleitor. Já nessa época eu tinha a ideia de me candidatar a vereador assim que completasse dezoito anos”, revela Fabiano.

E foi o que de fato aconteceu. Aos poucos, o menino atento ao noticiário político dava lugar ao homem público. Depois de filiar-se ao PV com dezessete anos e conhecer Gabeira pessoalmente, Fabiano Carnevale recebeu apoio do próprio para concorrer ao cargo de vereador. Com uma campanha de baixo orçamento e pouca divulgação, acabou não se elegendo, mas seguiu firme na sua militância partidária, sempre defendendo pautas ligadas ao meio ambiente, relações internacionais, direitos humanos e civis. Quando Fernando Gabeira concorreu à reeleição como Deputado Federal em 1998, convidou Fabiano para participar de sua campanha, a princípio para panfletar e conversar com eleitores nas ruas; mais tarde, para gerenciar seu site, o primeiro de um político no Brasil. Nessa época, ele já cursava Ciências Sociais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e, como secretário parlamentar, passou a articular grupos e responder às demandas, usando seus conhecimentos sobre Internet.

A experiência com a nova plataforma rendeu bons frutos. Em 2007, o PV, notando a mudança positiva que a rede mundial de computadores havia provocado no meio político, chamou Fabiano Carnevale para ser secretário nacional de comunicação do partido. No ano seguinte, o jovem em ascensão coordenou um grande grupo para colaborar na campanha de Gabeira à prefeitura do Rio. “A Internet facilitou muito esse trabalho. Na primeira reunião, tínhamos apenas seis pessoas na nossa sede. Na última, tivemos que proibir voluntários de entrarem na sala, pois não havia mais espaço. Foram mais de 10 mil ao todo”, conta Fabiano, que voltou a angariar voluntários para a candidatura de Fernando Gabeira a governador do estado do Rio em 2010.

Aquele que escrevia cartas para a família pedindo votos na infância precisou encarar seu maior desafio até então. Quando Marina Silva entrou para o PV e se candidatou à presidência naquele mesmo ano, Fabiano Carnevale teve a oportunidade de provar mais uma vez seu poder agregador e de liderança ao trabalhar como membro da equipe de comunicação digital da candidata, dessa vez, porém, a nível nacional. A campanha gerou enorme interesse da mídia e foi um sucesso, com Marina recebendo mais de 19 milhões de votos. O atual candidato a vereador do Rio mostrava novamente que tinha as qualidades e habilidades necessárias para alçar voos mais altos. O melhor ainda estava por vir.

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